Impacto económico
A saúde das plantas não só é vital para o nosso ambiente e segurança alimentar, como também desempenha um papel significativo para moldarmos a nossa economia.
A saúde das plantas afeta diretamente vários setores e indústrias, o que pode resultar em impactos económicos positivos e negativos.
Como a saúde das plantas pode afetar a economia
Manter as plantas saudáveis é fundamental para a produtividade agrícola e para a produção alimentar. Na verdade, as plantas têm um duplo impacto no nosso abastecimento alimentar – diretamente, quando comemos as plantas, e indiretamente, quando as utilizamos para alimentar os animais nas quintas. As doenças e as pragas das plantas podem devastar colheitas, o que resulta na redução da produção e em custos mais elevados para os agricultores. Por sua vez, isto pode resultar num aumento dos preços dos alimentos para os consumidores e, eventualmente, em escassez de alimentos, afetando a economia geral.
A saúde das plantas também está intimamente ligada ao comércio internacional. As pragas e as doenças invasoras podem ser introduzidas através de plantas e produtos vegetais pelas fronteiras, perturbando o comércio e provocando perdas económicas. Proteger a saúde das plantas através de rigorosas regras de importação e certificações ajuda a salvaguardar a agricultura local e a impedir a disseminação de pragas nocivas. São exemplos destas certificações o Certificado Fitossanitário, que tem de acompanhar a maioria das plantas e produtos vegetais que entram na UE (consulte aqui para obter uma lista completa) ou o Passaporte Fitossanitário, que deve acompanhar todas as plantas comercializadas na UE.
Uma saúde das plantas deficiente pode ter um impacto que vai muito além das consequências económicas imediatas. Negligenciar a saúde das plantas hoje pode, no futuro, ter as seguintes consequências:
- perda de biodiversidade,
- degradação dos ecossistemas,
- desequilíbrios ambientais.
A saúde das plantas na história
O que acontece quando a saúde das plantas é negligenciada? A história mostra-nos o impacto económico e social de uma gestão deficiente da saúde das plantas. Por exemplo, a Grande Fome da Irlanda em meados do século XIX resultou da ocorrência generalizada do míldio da batata, que levou à perda devastadora das colheitas e a enormes custos em termos de vidas humanas no país.
Os surtos mais recentes de doenças das plantas incluem o Enverdecimento dos citrinos, que afeta os frutos cítricos e a Xylella fastidiosa, um agente patogénico bacteriano das plantas que, desde o seu aparecimento no sul de Itália em 2013, tem causado enormes estragos em oliveiras, tendo infetado e matado um número impressionante de 21 milhões de árvores só na região de Puglia, em Itália, com casos reportados ao longo do Sul da Europa. Este agente patogénico poderia provocar perdas de produção anuais na ordem dos 5,5 mil milhões de euros se alastrasse a toda a UE.
Estas doenças afetaram as indústrias agrícolas, resultando em colheitas reduzidas, perda de postos de trabalho e maiores custos de produção.